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13/11/09

"Aqui digo o teu nome, fio de água..."

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"Distante Sul"


Tão longe os dias claros de cegonhas e loendros, o horizonte
inteiro e raso onde nada - dir-se-ia - está inscrito . E entre
fomes, sementeiras e colheitas, o sol desfraldando as estações.
Aqui o vento fere , traz outonos magoados . Aqui digo o teu
nome, fio de água - remoçando a planície da memória.

João Pedro Mésseder In "Meridionais", Deriva Editores, Porto, 2007, p 64.
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08/11/09

"e olha por momentos o horizonte"

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"No barco para Égina"

Sentada junto à proa
Alexandre o Grande
de Nikos Kazantzakis

Depois coloca o marcador
entre as folhas do livro
bebe um gole de água
e olha por momentos o horizonte
onde agora se não vê nenhuma ilha
e apenas um barco e outro barco
inscrevem no mar dois sulcos brancos

É então que ela abre o pequeno caderno
e hesitando entre o horizonte e a página
anota um, dois versos, nada mais -

pois não há olhos azuis que não invejem
o azul centrípeto da hora

João Pedro Mésseder In "Meridionais", Deriva Editores, Porto, 2007, p 18.
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