31/10/08




ouço o teu nome ao telefone, e
ninguém responde.
esqueço

a razão desta hora, deste ouvido
imóvel
na brancura de vidro,

que boca foi
a voz
igual à tua voz, e quase

como crescia a terra, a
inabitável,
como movia a água,

como ardia no chão de pedra nua,
como nas fontes brancas se perdia.


António Franco Alexandre, In "Poemas", Assírio
& Alvim, 1996, p 187.
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