20/11/09

"Aquele a quem confio o coração e o trafica"

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"Sobre o Andrógino"

Aquele a quem confio o coração e o trafica
Aparece com o rosto maquilhado
Da cor que não se distingue dos ossos
Com que me castiga o dorso.
E como um sopro que toca a luz
Deita-se de joelhos na nuca,
Serve a carne num banquete.
(Tem tanto de si em mim perdido - velha crença -
Que esqueço o que sou.)

José Emílio-Nelson In "Bibliotheca Scatologica", Quasi Edições,
Vila Nova de Famalicão, 2007, p 49.
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